Confira a entrevista de Jon Bond, CEO da Tomorro\\\
Em entrevista ao site Propmark, Jon Bond, CEO da Tomorro\\\, que estará no Brasil dia 22 de outubro, para participar do ABA Summit, no painel Digital Life, ressaltou que aposta no país para expandir os negócios e compara a atuação de sua empresa com marcas como Uber e airbnb.
Confira a entrevista completa abaixo:
TOMORRO\\\
O universo do marketing atingiu uma complexidade nunca antes vista e importância vital nas empresas. Até os tradicionais gigantes corporativos estão incomodados pela nova fragilidade do seu negócio devido ao potencial de ruptura do marketing digital. A concorrência é desconhecida, rápida e pode estar nascendo hoje num dormitório de faculdade. Marcas e agências perdem tempo e dinheiro procurando ferramentais. Sem contar que faltam recursos para operar neste novo universo altamente veloz e fragmentado. Nossa essência é esta: originar e identificar empresas de ‘ad tech’ mais inovadoras e com visão de futuro, agregando-as na nossa “caixa de ferramentas”, e assim apresentar soluções para os desafios que retêm a indústria hoje. Oferecemos um ‘marketplace’ entre as marcas e as agências de um lado, as tecnologias do outro. O resultado é uma abordagem objetiva, escalável e eficiente, que adiciona valor a agências e marcas, conectando-as às melhores tecnologias de publicidade e marketing emergentes. Em essência somos uma ‘holding company’, só que virtual. Da mesma forma que a empresa mais famosa de aplicativos para táxis não possui nenhum carro (Uber), a maior empresa de acomodação não possui quarto (airbnb) e que uma das maiores empresas de mídia não produz conteúdo (Facebook), queremos ser uma empresa global de serviços de tecnologia em marketing que não possui nenhuma agência.
MODELO
Fala-se muito sobre o rompimento do modelo de agências de comunicação por plataformas de ‘crowdsourcing’, pelo Facebook, pelo Google, pelo Salesforce, pela Oracle, pelas empresas de consultoria, e do crescente volume de trabalho que clientes estão levando para serem realizados ‘in-house’, por uma série de motivações que norteiam orçamentos, conhecimento e velocidade. Enquanto tudo isso muda com uma rapidez incrível, o modelo de ‘holding companies’ continua praticamente inalterado por décadas.
EXPECTATIVA
O Brasil é um enorme mercado, com muito valor, hoje reprimido devido às circunstâncias políticas e econômicas. Olhamos o longo prazo e chegamos para investir e criar bases sólidas. Nossa escala global possibilita identificar inovações rapidamente e viabilizar acesso às mais eficientes tecnologias e serviços de marketing, agregando inteligência e soluções às marcas e agências brasileiras. A economia americana também viveu recentemente momentos inóspitos, que trouxeram grande apreensão ao mundo empresarial. Mas sobrevivemos à intempérie. Estamos chegando ao país para oferecer soluções capazes de facilitar a vida das agências de publicidade e dos anunciantes. Uma das nossas soluções de varejo, por exemplo, utiliza-se dos sinais de wi-fi das lojas para medir pessoas e funcionários por hora do dia, ajudando varejistas a otimizar escalas de funcionários e até mesmo o posicionamento de produtos em gôndolas e vitrines. Quem não quer isso num momento da crise econômica?
MERCADO BRASILEIRO
Conheço bem, embora com as limitações de não estar presente no dia a dia. Mas é suficiente para acreditar. Eu tenho trabalhado com as agências do WPI no mercado, como a The Group, por alguns bons anos para Avon e também com a Heads Propaganda.
CONTRIBUIÇÃO
As inovações, tecnologias e produtos que surgem hoje, na maioria, nascem da necessidade de resolver problemas. Acreditamos que podemos ser úteis neste processo de auxiliar a identificar, selecionar, estruturar e entregar soluções que possam ser instrumentais para solucionar um problema, gerando uma nova demanda ou até, quem sabe, um novo mercado.
FUTURO
As agências eram coadjuvantes no processo. Recebiam a estratégia de produto e formatavam a comunicação. Hoje o marketing transbordou as fronteiras internas nas empresas. Nenhum departamento tem tamanho ‘accountability’ quanto o marketing. No futuro acreditamos que não existirá mais o departamento de marketing, mas sim o ‘revenue department’. Neste novo cenário, as agências precisam agregar muita, mas muita, inteligência em sua entrega. São proficiências e capacidades inimagináveis nas agências tradicionais. Este é hoje o desafio dos tradicionais gigantes da publicidade: escalar rapidamente este conhecimento e suprir uma demanda enorme e crescente no mercado. Em outras palavras, elas precisam se tornar menos tradicionais. Essa é uma decisão urgente, que não pode ser adiada. Caso contrário, vão morrer.
MÍDIA PROGRAMÁTICA
Muito se tem falado a respeito da técnica programática que envolve compra de espaços no ambiente digital em tempo real e através de lances. Mas, o que é necessário contemporizar é que o ROI (Retorno Sobre Investimentos) vai ser o pilar chave e não mais o CPM (Custo por Mil). Aquilo que não tiver realmente relevância comprovada será identificado e devidamente cortado.
RETORNO
Quanto mais próximos estivermos do ato da compra, mais claro fica o ROI. As agências verdadeiramente inovadoras valorizam tecnologias que viabilizam esta visão. Daí também deriva um outro componente, que é a transparência. Mas toda grande mudança traz receios e compulsão de segurar-se ao passado. Quando as novas agências tiverem a coragem e as marcas a ousadia de compartilhar riscos e retornos, a mensuração do ROI florescerá por todas as estratégias.
BENEFÍCIOS
Como enfatizei, o principal deles é a precisão baseada na tecnologia e no direcionamento exato das mensagens. Essa inteligência de compreender o ‘timing’ dos consumidores é a solução para a equação. Os consumidores só vão ver os anúncios publicitários que realmente querem ver. Eles também vão determinar quando e onde queremos vê-los. É uma mudança radical nos preceitos de abordagem. É o consumidor quem manda. Gostamos de tratar isso como ‘people marketing’ ou ‘precision marketing’. Acreditamos que este processo se incorporará em todas as mídias de forma muito rápida. Até a TV deixará de existir como conhecemos – os ‘tablets’ crescerão e serão pendurados nas paredes. Mas esta relevância tem sua consequência. A possibilidade de alta mensurabilidade das ações exigirá das marcas ter acesso a um controle ‘real time’ das ações e resultados. E das agências, transparência no processo. E, talvez pela primeira vez na história da administração, o retorno sobre investimento em publicidade será não apenas claro, mas granular ao nível do indivíduo. Isto é revolucionário. Um consumidor como um centro de custo e receita, constantemente alimentando dados e exigindo alterações de comunicação individualizada. Um exemplo é nossa ferramenta de customização de vídeos em que o filme que veio da TV é personalizado com dados, mapas e ofertas para cada pessoa, de forma individual.
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(Propmark 14/10/2015)