sábado, 28 de dezembro de 2024

Digital é bom para o jornalismo, diz executiva da RBS

O digital veio para somar. A frase, que tem um quê de discurso de jogador de futebol, é uma realidade, principalmente quando o assunto é mídia impressa. A tecnologia, que chegou a causar medo nas tradicionais publicações, hoje é uma importante aliada.

“O digital é uma oportunidade maravilhosa para as marcas de jornalismo de credibilidade que nasceram no meio impresso”, fala Andiara Petterle, vice-presidente de jornais e mídias digitais do Grupo RBS.

Ainda de acordo com ela, o jornal em papel é hoje mais uma forma de entregar conteúdo para um público que privilegia a curadoria e a profundidade. “O digital é a melhor forma de expandir o alcance e de democratizar a assinatura de um conteúdo premium. Hoje os jornais têm a oportunidade de possuírem bases de assinantes muito maiores do que tiveram em qualquer momento da história”, afirmou.

A vice-presidente de jornais e mídias digitais do Grupo RBS disse também que existem três grandes desafios para que o digital seja uma grande oportunidade: jornalismo diferenciado, distribuição e marca.

“Nunca foi tão importante investir em um jornalismo único, próximo, de qualidade, que faça diferença na vida das pessoas”, contou. Sobre a distribuição, disse ela, é preciso entender os novos hábitos e a jornada de cada leitor. “O papel continuará por muitos anos, e o digital será cada vez mais o ponto de contato mais frequente com o leitor”, ressaltou. “E nunca foi tão importante resgatar e fortalecer o propósito e os valores das marcas de jornalismo. A relevância e a credibilidade da marca são mais importantes do que qualquer plataforma”, complementou.

Julio Cordeiro/ Divulgação – Andiara Petterle, do Grupo RBS: digital democratiza a assinatura de conteúdo premium

Segundo Andiara, no Grupo RBS foram feitas várias ações para que o meio impresso pudesse se adaptar ao digital. “Construímos um portfólio bem adequado de produtos digitais, lançamos um modelo novo, que é o ZH Tablet, em que damos um tablet numa modalidade de assinatura para quem gosta de ler o jornal no formato de e-paper, e estamos evoluindo no nosso jornalismo para ser cada vez mais diferenciado, único e local”, revelou.

A executiva diz acreditar que o futuro será pautado pelo conteúdo pago e isso ocorrerá também no mundo digital. “O papel continuará por muito tempo e veremos ele se fortalecer no fim de semana. Durante a semana, o consumo será cada vez mais digital”, disse.

Estadão
Ricardo Grinbaum, editor-executivo de O Estado de S.Paulo, disse que, se antes as pessoas tinham os jornais como suas principais referências de informação, hoje elas também buscam as redes sociais, os sites e os blogs para saber o que acontece no mundo.

“O nosso primeiro desafio é nos destacarmos no meio de tanto ruído, despertar o interesse do leitor e manter nossa relevância no debate público, cada vez mais fragmentado”, afirmou.

E a avaliação, até o momento, é boa. “Nossa audiência nas novas mídias tem crescido aceleradamente. Acreditamos que os leitores dão valor às marcas de referência no jornalismo, como ocorreu no processo do impeachment, quando registramos forte aumento da audiência na internet, além de um crescimento na tiragem da edição do jornal impresso”, exemplificou.

Ainda de acordo com Grinbaum, outro grande desafio dos jornais é a transformação do modelo de negócios. “Apesar de a audiência nos meios eletrônicos ser muito maior do que a dos veículos impressos, a publicidade se dispersou pelas novas mídias”, disse.

Fonte: PROPMARK – 30/8/2016

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