Mudanças no Chrome desafiam marcas e publishers a tornar a publicidade digital mais relevante
Desde o dia 15 de fevereiro, uma nova versão do navegador Google Chrome passou a rodar com um “white filter”, um filtro de anúncios que tem sido entendido no meio digital como um “adblock”, mas que na prática mantém diversos formatos de menor rejeição dos usuários. O propósito, segundo o Google, é barrar anúncios intrusivos e incômodos que pioram a experiência de navegação para o público. Embora o recurso ainda não tenha previsão para funcionar no Brasil — por enquanto só roda nos EUA e na Europa –, a ação já levanta discussões sobre mudanças nas estratégias de marketing digital.
O impacto direto poderá ser a valorização de formatos de anúncios que privilegiam o conteúdo no lugar do “roubo de atenção” por meio da interrupção. O novo recurso não barra todos os anúncios. Mas o autoplay sonoro em vídeos, frames com luzes piscando e pop-ups que cobrem mais de 30% da tela impedindo a leitura, por exemplo, não devem mais passar. Isso desafia publishers e marcas a encontrar soluções criativas e a valorizar inventários que ofereçam espaços para mensagens relevantes, com potencial de captar a atenção do leitor sem incomodá-lo.
O native advertising, uma das soluções oferecidas pelo UOL, é um exemplo. Por ser um formato integrado ao layout do site, que entrega informações interessantes ao público, a publicidade nativa cria oportunidades para as marcas serem vistas e também para estabelecerem conexões com seus targets no momento certo, sem serem intrusivas.
Quem definiu os padrões de boas práticas de anúncios validados pelo “white filter” foi um grupo independente chamado Coalition for Better Ads (CBA), composto por editores, agências, grupos industriais e empresas de tecnologia, com relevância global – no Brasil, o grupo de estudos é liderado pelo IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) e tem participação também da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes).
A partir do estudo Better Ads Standards, da CBA, foram identificados quatro formatos desktop e oito mobile que são considerados intrusivos pelos usuários. São estes os anúncios filtrados pelo Chrome: