Repercussão ENA: evento debate desafios de marcas e consumidores
Promovido pela Associação Brasileira dos Anunciantes (Aba), na quarta-feira, 8, o Encontro Nacional de Anunciantes fomentou debate sobres os desafios das marcas, gestores e consumidores nos dias atuais. Na abertura, a presidente da entidade, Juliana Nunes discursou afirmando que as turbulências que o Brasil atravessa formam cenário inconstante, no qual correr riscos não é mais opção, mas sim um dado da realidade.
Presidente da Aba, Juliana Nunes, durante o ENA 2016 (Imagem: Divulgação)
No primeiro painel, os CEOs Juan Carlos Marroquin, da Nestlé, Alberto Carvalho, da P&G, Claudia Sender, da Latam, Nilton Freire, da Diageo, e André Salles, da Brasil Kirin, expuseram suas opiniões acerca do investimento em comunicação e marketing dentro das empresas. Durante o debate, foi abordado o quanto vale e qual a importância da confiança do público nos presidentes das companhias.
Ao lado dos líderes, houve a participação do diretor geral da Kantar Vermeer Brasil e América do Sul, Eduardo Tomiya, que apresentou a pesquisa realizada com 58 executivos de diversas indústrias que revela que o investimento em comunicação, em relação à receita líquida, é de 5% a 15% para 79% das empresas que participaram do estudo; de 16% a 25% delas aplica 16% nessa área; e de 26% a 35% das respondentes direciona 5% do montante para comunicação. Mais de 36% das empresas não investe no setor.
O segundo painel teve como tema “fazer da mudança grande aliada”. O momento contou com palestra do Fundador da Hyper Island, Anders Sjostedt, e debate com participação do CEO da Artplan São Paulo, Antonio Fadiga, e do presidente da Telent Marcel, João Livi. A condução da conversa ficou por conta do diretor de marca e comunicação da Oi, Eric Albanese.
Sjostedt afirmou que o business “as usual” não existe mais. “As mudanças acontecem rápido – cada vez mais. Isso é divertido, mas ao mesmo tempo, estressante, porque nenhuma regra de ontem vale para hoje e você nunca sabe ao certo se o seu investimento vai funcionar”, disse.
Conteúdo de marca
Já no terceiro painel, para apresentar os atuais e os futuros caminhos do conteúdo, foi convidado o diretor de estratégia de marca do Buzzfeed Brasil, Bruno Belardo. O executivo falou do sucesso da plataforma que produz conteúdo para 10 países. Entre os cases de engajamento, está o viral do vestido que “mudava de cor”, sendo azul e preto para alguns ou branco e dourado, para outros. Ele afirmou os conteúdos acerca do assunto foram traduzidos em 21 idiomas que a história alcançou 82 milhões de views em 24 horas.
Presidente da Vice Brasil, Daniel Conti também participou do momento, falando sobre branded content. Ele afirmou que o importante é continuar o diálogo com o consumidor “trocando ideia com a marca” e construir história continuamente.
No quarto painel, o CEO e co-fundador da eduK, Eduardo Lima, palestrou ao lado do fundador da Estante Virtual, André Garcia. Em debate mediado pelo sócio-fundador da Inkuba, Leo Kuba, os executivos contaram como inovaram e fizeram seus negócios virarem exemplos para outras startups.
Mudanças e transformações aliadas a modelos negócios foi o tema do quinto painel. O grande foco ficou com as mídias sociais e, consequentemente, com seus usuários. “Os millennials querem vídeos de cinco segundos, agilidade. O nosso principal desafio é ajudar a indústria no que acreditamos que são os trends”, declarou o diretor geral do Twitter Brasil, Guilherme Ribenboim, sobre o assunto.
Presidente da Otima e do grupo Ellevate, Violeta Noya durante o painel dedicado às mulheres (Imagem: Divulgação)
O painel contou, ainda, com a participação do CEO Americas da MullenLowe Profero, Aaron-Reitkopf, do diretor de relacionamento de agências do Google, Julio Zaguini, do sócio-diretor de negócios e operações da AlmapBBDO, Rodrigo Andrade, e do VP de marketing de personal care Brasil da Unilever, Enzo Devoto.
Mulheres no ENA
As mulheres protagonizaram o sexto painel da programação, realizado com participação da presidente da Otima e do grupo Ellevate, Violeta Noya, da sócia da EY, Andrea Weichert e da diretora de marketing, comunicação e mídia da P&G Brasil, Poliana Sousa. As executivas debateram o tema “o feminino na agenda das marcas e empresas: muito além do politicamente correto”.
Andrea mostrou a importância de se ter mulheres nas lideranças das empresas e falou sobre como a igualdade de gênero faz diferença na economia. “Para se ter liderança sólida, 30% dos executivos precisam ser mulheres. Quanto mais igualdade, mais produtividade”, disse.
Olhos no Futuro
“Ainda faremos publicidade em 2025?”, indagou o presidente da WFA, Stephen Loerke, no sétimo e último painel do evento. Para responder, o executivo falou sobre a preocupação com os adblocks. Segundo ele, a evolução de bloqueio de anúncios no digital cresce exponencialmente, duplicando do ano passado para cá.
“Estamos na era do ‘poder do povo’. Quando não lhe interessa, o consumidor simplesmente decide se quer continuar ou não a interação. O que já entendemos é que as pessoas não gostam da experiência do anúncio, mas apreciam seu conteúdo, e isso já abre portas”, afirmou Loerke.
Fonte: Comunique-se – 09/06/2016
